A cerca de vinte anos, antes de eu dirigir meu primeiro e único longa, que nunca foi lançado, por falta de dinheiro, conheci Anselmo Duarte, por telefone conversamos muito, ele um contador de fatos e histórias como poucos, me narrou fatos que presenciou durante a cerimônia de entrega da única Palma de Ouro, ganha por um cineasta brasileiro, ele.
São minhas recordações e minha profunda tristeza pela perda que o cinema brasileiro teve hoje. Na década de cinquenta se produzia mais de duzentos filmes, existia uma indústria, o cinema novo foi o lixo que ajudou a destruir a industria de cinema do Brasil. Anselmo, você era maior do que seu próprio mérito, prêmio ou talento. Você sempre representou o verdadeiro cinema, não o que veio depois de você, tiveram exceções, mas a regra foi o lixo, e o que vale sempre é a regra. Isto é um fato e contra fatos não há argumento.
Mas não quero nem citar os culpados ou dar voz ao lixo, apenas compartilhar que conheci um cineasta de verdade, um grande brasileiro, e que o Brasil perdeu muito hoje, porque ele fez a parte dele, já o Brasil, fez muito pouco por ele.
Vou sentir saudades...